martes, 3 de febrero de 2015

MENINA, EU TE ORDENO, LEVANTA-TE

Alguns dias, temos um texto bíblico tão grande no evangelho do dia, que eu não sei por onde começar a rezar. Como quando temos o texto de Marcos 5, 21-43. Mas, no final, com tantas frases e curas, eu me concentrei em uma frase. E, à primeira vista, parece ser forte: "Menina, eu te ordeno, levanta-te”.

A primeira coisa que vem à minha mente é que eu não gosto que ninguém me dei ordens. Às vezes, em vez de me incentivar, ele me desanima, especialmente quando eu não tenho uma forte motivação, ou não me sentir com força. E vêm-me os seguintes pensamentos: ninguém me manda, eu não sou um bebê, eu sou uma pessoa adulta capaz de tomar as minhas decisões.

Mas, uma menina de doze anos -como é o caso com este texto da Bíblia- não é pequena? Eu posso pensar assim, mas, naquela época, aos doze anos já eram considerados adultas.

Também é verdade outra realidade, a idade “física” influencia a maturidade da pessoa, mas nem sempre. Há crianças que refletem coisas como adultos. E adultos “oficiais”, ou seja, a partir dos 18 anos, que eles têm uma mente “muito infantil”.

As situações da vida muitas vezes fazem amadurecer modo precoce ou, caso contrário, se consegui tudo tão fácil, sem o mínimo de esforço, que a gente se fica na superficialidade, na ficção e não na vida real com suas alegrias e dificuldades.

Outras vezes, o desânimo, preguiça ou outras motivações -que desmotivam- são tão fortes que, como não há nenhuma “ordem”, mandato no meio, não há nenhum movimento na pessoa, mas paralisia. E, neste caso, não depende nem da idade física, nem da psicológica.

Eu admito que às vezes eu preciso "ordens" para me levantar, não da cama, mas do chão. Ordens que me impulsionem, porque não pode fazê-lo outra pessoa, senão só eu. E, tendo obedecido essa ordem e tendo passado algum tempo, eu vejo o fruto, o benefício deste mandato.

Jesus diz a garota para que se levantar. Ela, depois de se levantar, caminha, não fica parada. Somente a ordem, apesar de ser imposta, motivou-a a andar, não ficar parada.

E ele também tinha coração, também viu a necessidade para a menina: “e mandou que lhe dessem de comer”.

Quantas vezes na minha vida, "pequenas encomendas" que me deram pessoas de confiança, ajudaram-me a levantar-me, motivaram-me a caminha? E a verdade é que é muito difícil saber quando é o momento certo para dar uma ordem a uma pessoa em necessidade. Porque, com a desculpa de que é já um adulto e livre, que não é pedagógico... não se chega a "mandar" pacificamente para a pessoa que o precisa.

Na verdade, eu não sei nada sobre pedagogia; o ensino não é a minha área. Eu também acho que a primeira coisa é a motivação. Mas se depois de tentar incentivar em todos os sentidos possíveis, a pessoa segui na cama ou no chão, eu não vou tentar outros meios para que ela se levante?

Também não garanto que sempre se tenha um resultado positivo. Mas, o que é certo, é que eu sou feliz porque algumas pessoas de confiança as vezes motivaram-me e outras me ordenam-me levantar-me do chão, quando eu estava lá devido a tropeços e quedas que no caminho da vida tem-me acontecido.


Então, obrigado Senhor, por ter-me “ordenado” levantar-me em momentos da minha vida. E eu lhe peço que, apesar de eu ser adulta, você siga-me ordenando quando você veja que eu preciso.