martes, 22 de diciembre de 2015

COMPAIXÃO "DE NATAL"

Desta vez, quero me concentrar em uma palavra: "compaixão". Jesus teve compaixão. Mas, o que significa esta palavra? O que é compaixão?

Compaixão é paixão com; paixão com outras pessoas, com os que sofrem, com os marginalizados, com os oprimidos, com os doentes.

Isso é o que me vem à mente quando eu ler o Evangelho, quando Jesus "curar" os enfermos, os cegos, os mudos, os coxos, os paralíticos, todos os que tinham qualquer deficiência, defeito, alguma capacidade "não desenvolvida", "sonolenta", "paralisada pelo medo". E que, após a experiência de estar em contato com Jesus, ele curou, ele acordou, ele foi desenvolvido.

Quantas vezes por medo ou vergonha eu fiquei parada, eu fiquei "doente", paralisada, impedida de "me desenvolver", apesar de minha capacidade. Eu parei de crescer e refletir a realidade, para criticar, não só falando, mas me movendo e fazendo algo dentro de minhas possibilidades.

Outras vezes, a causa da minha paralização tem sido a minha própria preguiça -que eu acho que é o resultado do egoísmo- tingida com um pouco de cansaço, para passar de uma maneira muito discreta, "sem sujeira" à primeira vista, mas que, mais tarde, tem sido -ou melhor, eu tenho sido- a culpável da minha quietude diante de um compromisso ou situação que eu tinha e poderia ter mobilizado a favor de uma pessoa que precisava de mim, em favor de um irmão e / ou irmã.

Em outras ocasiões, Jesus multiplicou os pães, também por compaixão. Esta multiplicação é compartilhar apesar de ser pouco o que ele tinha, o que nós temos. Pois, este pouco de cada um, acaba sendo muito ou, pelo menos, um alívio para as pessoas que realmente o precisam.

Acontece que, geralmente, as pessoas pobres são as que mais compartilham. Eles sabem o que é ter fome, sede e / ou outras necessidades básicas de sobrevivência!

Após esta breve reflexão e considerando o clima que existe em muitos lugares nesta época do ano, eu questiono a maneira de vivê-la. Pois se vive um natal -com letras minúsculas- que um Natal, um verdadeiro Natal.

Nós “respiramos” um ambiente comercial, consumidor, que o que realmente deve ser. Eu entendo que as pessoas que não são cristãs, não vivem o sentimento de fé e esperança. Mas eu acho que qualquer pessoa pode questionar-se porque temos que gastar nesta data tanto dinheiro para nós saciarmos de comida que até nos prejudica a saúde, enquanto outros estão com fome e com sede, até ficarem doentes e falecerem por isso.

E melhor é não mencionar os presentes.

Como podemos gastar tanto dinheiro em presentes desnecessários "inúteis" que, às vezes, têm o extremo de ficar sempre sem uso no armário, quando há pessoas que não têm o básico para sobreviver, o que é menos do que viver?


Meu desejo é que vivamos este tempo como Jesus nos ensinou: "sarando" e partilhando o nosso carinho, amor e dedicação, o nosso tempo, nossa escuta e nossas doações "materiais" para as pessoas que precisem.