O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me
ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos
de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da
vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do
Senhor. (Lc 4,18-19)
Ao ler este
texto eu me questiono e é que, como uma seguidora de Jesus, como uma pessoa
"ungida", batizada, eu também devo levar a boa nova aos pobres, devo
proclamar a libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, devo lutar
pela liberdade dos oprimidos e proclamar um ano da graça do Senhor.
No
primeiro, eu encontro muitos compromissos e alguns complicados ou difíceis de
realizar, embora seja verdade que existem diferentes maneiras de fazer isso.
Mas é verdade que eu não sei como fazê-lo... não sei, eu acho que deixo muitas
coisas no ar.
Eu também
sei que eu posso fazer alguma coisa. Levar a Boa Notícia para os pobres, de
modo simples, estando com eles transmitindo o amor do Senhor e falando de
Jesus, quando veja que é possível, é a maneira de fazê-lo. E pobres, apesar de
que não deveria acontecer, há em todos os países. Tudo o que precisamos é que
nós queremos vê-los com os nossos olhos, mas através dos olhos de Jesus.
O fato de
anunciar a libertação, darmos liberdade aos oprimidos. Que bem soa, mas às
vezes é difícil vê-lo, quando todas as notícias forem da guerra, da violência, da
crise econômica... Onde está a liberação? Certamente há também algumas boas
notícias, mas para a mídia não é notícia. Posso anunciar alguma boa notícia, para
dar sinais de esperança? Posso tratar as pessoas com dignidade para se sentirem
amadas e apoiadas e, juntos, lutar pelos direitos, pela justiça? Posso acolher meninos
em alguma capela, para brincar com eles, transmitir amor e ajudar e motivá-los
em seus estudos, para trabalhar com uma formação adequada, ganhada por seu
próprio esforço?
E o faro de
dar a vista aos cegos... depende que pessoa cega. Aos cegos sensoriais que por
doenças ou acidentes que estão ausentes desse sentido, não posso fazer nada.
Mas aqueles que são "cegos", porque eles não querem ver a realidade, a
estes posso questioná-los e testemunhar a realidade sobre a qual eles querem se
esconder. Ao cego pobre eu posso fazer que ele sinta amor e sinais de
esperança. O cego que não conhece -ou melhor dito, que não quer conhecer- a pobreza
e a humilhação das outras pessoas-, eu posso comunicar, transmitir, ensinar a outra
realidade, mesmo que pareça um esforço inútil. Mas, pelo menos, que não seja
por não ter do intentado. De todo jeito, a esperança eu não posso perder; nós
sempre dizemos que "a esperança é a última coisa que morre".
E você
consegue ver alguma outra maneira de fazer este compromisso que temos como
seguidores de Jesus, como cristãos?