No texto do
Evangelho de Lucas 4,14, está escrito: “Jesus voltou para Galileia, com a força
do Espírito”. O capítulo três, ou seja, o anterior, é o seu batismo. Ele “tinha
acabado” de ser batizado. Ele tinha acabado de levar a sério o seu compromisso,
sua obediência ao Pai.
Quando
Jesus lê o texto de Isaías, reconhece a presença do Espírito nele. Espírito,
que está desde o origem do homem, da pessoa, o sopro da vida da pessoa (Gn 2,7).
Outra coisa é que devemos reconhecê-lo e deixá-lo crescer e agir dentro de nós.
O Espírito o
ungiu, o consagrou, comprometendo-lhe a transmitir a esperança e lutar pelos
pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos com sua grande variedade de opressão
no mundo.
E ele diz
-eu acredito que firmemente-: “Esta
Escritura, que acabastes de ouvir, se cumpre hoje”. Ou seja, sua consagração foi cumprida.
Este texto me
confirma reflexões e também me questiona.
Além do que
eu disse, que todo homem tem o Espírito do Senhor, o Espírito Santo, fui
batizada, assim como Jesus. É verdade, eu não o fiz conscientemente, porque só
tinha um mês de vida, mas depois com 21 anos foi crismada. A celebrá-lo com uma
idade "adulta", fez-me vive-lo como um grande compromisso e senti que
o poder do Espírito me questionava: como eu devo orientar minha vida? Que
compromissos eu devo tomar?
Lembro-me
bem o fim de semana em que os jovens que íamos receber o sacramento da
confirmação, estivemos refletindo juntos. Em um dos momentos de reflexão o
Padre Txelis perguntou-nos por que queríamos nos crismar. Uma respondeu que
porque quando fomos batizados, não éramos conscientes e agora queremos “confirmar
nosso batismo”. E Txelis disse: E isso, a que lhes compromete?
Desde
então, minha vida é uma resposta a esta pergunta: a que me compromete?
O próprio
Jesus, com o texto de Isaías -omitindo alguma frase- dá a resposta ao
compromisso que depois expressou com sua vida: ajudando os desfavorecidos, os humilhados,
com palavras -transmitindo esperança,
anunciando a Boa Nova- e com fatos -libertando
os oprimidos, acolhendo os marginalizados no seu grupo, na sua comunidade-.
Atualmente sege
havendo cativos, doentes, oprimidos; há muitos crucificados com nomes diferentes.
E a minha pergunta é: eu que sou batizada, sou consagrada, estou cumprindo o
meu compromisso? Está se cumprindo a Escritura na minha vida?
Eu acho que
é uma questão que, se não todos os dias, eu devo e nós devemos fazer muitas
vezes, para não esquecer que somos cristãos, e vivê-lo com consciência. Não
manter apenas o nome, sem colocá-lo em prática, na vida.
Deixemos o
Espírito agir em nós e em nós e intentemos responder com a vida, questões e inquietudes
que vai criando dentro de nós.
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