jueves, 8 de enero de 2015

O ESPÍRITO DO SENHOR ESTÁ SOBRE MIM

No texto do Evangelho de Lucas 4,14, está escrito: “Jesus voltou para Galileia, com a força do Espírito”. O capítulo três, ou seja, o anterior, é o seu batismo. Ele “tinha acabado” de ser batizado. Ele tinha acabado de levar a sério o seu compromisso, sua obediência ao Pai.

Quando Jesus lê o texto de Isaías, reconhece a presença do Espírito nele. Espírito, que está desde o origem do homem, da pessoa, o sopro da vida da pessoa (Gn 2,7). Outra coisa é que devemos reconhecê-lo e deixá-lo crescer e agir dentro de nós.

O Espírito o ungiu, o consagrou, comprometendo-lhe a transmitir a esperança e lutar pelos pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos com sua grande variedade de opressão no mundo.
E ele diz -eu acredito que firmemente-:  “Esta Escritura, que acabastes de ouvir, se cumpre hoje”.  Ou seja, sua consagração foi cumprida.

Este texto me confirma reflexões e também me questiona.

Além do que eu disse, que todo homem tem o Espírito do Senhor, o Espírito Santo, fui batizada, assim como Jesus. É verdade, eu não o fiz conscientemente, porque só tinha um mês de vida, mas depois com 21 anos foi crismada. A celebrá-lo com uma idade "adulta", fez-me vive-lo como um grande compromisso e senti que o poder do Espírito me questionava: como eu devo orientar minha vida? Que compromissos eu devo tomar?

Lembro-me bem o fim de semana em que os jovens que íamos receber o sacramento da confirmação, estivemos refletindo juntos. Em um dos momentos de reflexão o Padre Txelis perguntou-nos por que queríamos nos crismar. Uma respondeu que porque quando fomos batizados, não éramos conscientes e agora queremos “confirmar nosso batismo”. E Txelis disse: E isso, a que lhes compromete?

Desde então, minha vida é uma resposta a esta pergunta: a que me compromete?

O próprio Jesus, com o texto de Isaías -omitindo alguma frase- dá a resposta ao compromisso que depois expressou com sua vida: ajudando os desfavorecidos, os humilhados, com palavras  -transmitindo esperança, anunciando a Boa Nova-  e com fatos -libertando os oprimidos, acolhendo os marginalizados no seu grupo, na sua comunidade-.

Atualmente sege havendo cativos, doentes, oprimidos; há muitos crucificados com nomes diferentes. E a minha pergunta é: eu que sou batizada, sou consagrada, estou cumprindo o meu compromisso? Está se cumprindo a Escritura na minha vida?

Eu acho que é uma questão que, se não todos os dias, eu devo e nós devemos fazer muitas vezes, para não esquecer que somos cristãos, e vivê-lo com consciência. Não manter apenas o nome, sem colocá-lo em prática, na vida.


Deixemos o Espírito agir em nós e em nós e intentemos responder com a vida, questões e inquietudes que vai criando dentro de nós.

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