martes, 22 de diciembre de 2015

COMPAIXÃO "DE NATAL"

Desta vez, quero me concentrar em uma palavra: "compaixão". Jesus teve compaixão. Mas, o que significa esta palavra? O que é compaixão?

Compaixão é paixão com; paixão com outras pessoas, com os que sofrem, com os marginalizados, com os oprimidos, com os doentes.

Isso é o que me vem à mente quando eu ler o Evangelho, quando Jesus "curar" os enfermos, os cegos, os mudos, os coxos, os paralíticos, todos os que tinham qualquer deficiência, defeito, alguma capacidade "não desenvolvida", "sonolenta", "paralisada pelo medo". E que, após a experiência de estar em contato com Jesus, ele curou, ele acordou, ele foi desenvolvido.

Quantas vezes por medo ou vergonha eu fiquei parada, eu fiquei "doente", paralisada, impedida de "me desenvolver", apesar de minha capacidade. Eu parei de crescer e refletir a realidade, para criticar, não só falando, mas me movendo e fazendo algo dentro de minhas possibilidades.

Outras vezes, a causa da minha paralização tem sido a minha própria preguiça -que eu acho que é o resultado do egoísmo- tingida com um pouco de cansaço, para passar de uma maneira muito discreta, "sem sujeira" à primeira vista, mas que, mais tarde, tem sido -ou melhor, eu tenho sido- a culpável da minha quietude diante de um compromisso ou situação que eu tinha e poderia ter mobilizado a favor de uma pessoa que precisava de mim, em favor de um irmão e / ou irmã.

Em outras ocasiões, Jesus multiplicou os pães, também por compaixão. Esta multiplicação é compartilhar apesar de ser pouco o que ele tinha, o que nós temos. Pois, este pouco de cada um, acaba sendo muito ou, pelo menos, um alívio para as pessoas que realmente o precisam.

Acontece que, geralmente, as pessoas pobres são as que mais compartilham. Eles sabem o que é ter fome, sede e / ou outras necessidades básicas de sobrevivência!

Após esta breve reflexão e considerando o clima que existe em muitos lugares nesta época do ano, eu questiono a maneira de vivê-la. Pois se vive um natal -com letras minúsculas- que um Natal, um verdadeiro Natal.

Nós “respiramos” um ambiente comercial, consumidor, que o que realmente deve ser. Eu entendo que as pessoas que não são cristãs, não vivem o sentimento de fé e esperança. Mas eu acho que qualquer pessoa pode questionar-se porque temos que gastar nesta data tanto dinheiro para nós saciarmos de comida que até nos prejudica a saúde, enquanto outros estão com fome e com sede, até ficarem doentes e falecerem por isso.

E melhor é não mencionar os presentes.

Como podemos gastar tanto dinheiro em presentes desnecessários "inúteis" que, às vezes, têm o extremo de ficar sempre sem uso no armário, quando há pessoas que não têm o básico para sobreviver, o que é menos do que viver?


Meu desejo é que vivamos este tempo como Jesus nos ensinou: "sarando" e partilhando o nosso carinho, amor e dedicação, o nosso tempo, nossa escuta e nossas doações "materiais" para as pessoas que precisem.

viernes, 27 de noviembre de 2015

CHAMAI-O

Às vezes, quando eu li o texto de Marcos 10, 46-52, concentrei-me no cego com fé que consegue ver, cujo nome é Bartimeu. Mas desta vez, eu não sei por que, o que mais me chamou a atenção foi a imagem dos discípulos de Jesus.

Eles, quando Bartimeu gritou: "Filho de Davi, Jesus, tem misericórdia de mim". Muitos repreendiam para que se calasse. Mas quando Jesus parou e disse: "Chamai-o", chamaram o cego, dizendo: "Coragem, levanta-te".

Sua resposta parece ser contrariada, mas não me contradizer, por vezes, eu mesma?

Como uma cristã comprometida, devo seguir a Jesus, transmitir o Evangelho do amor, ser "mediadora", como Jesus foi, transmitindo o amor do Pai. É verdade, mas eu sou sempre uma mediadora? Ou dito de outro jeito: eu não sou um obstáculo, por vezes, alguém que impede ver o amor do Pai?

Não é comum, mas às vezes eu acho que eu me contradigo.

Quando o cansaço, dia ruim, mania ou muitas outras razões, eu não escuto a uma pessoa em necessidade, eu não ajudo apesar de ser possível, eu não a convido ao encontro com o Pai na capela, paróquia, grupo, sabendo que ele vai ser bom pala ela... eu estou agindo negativamente como muitos desses discípulos.

Meu desejo é que o Senhor me ajude a responder a esse mandato "Chamai-o," para que, com esse espírito que após eu transmita, a pessoa possa saltar de alegria e até seguir o caminho de Jesus, como Bartimeu.

domingo, 22 de noviembre de 2015

RENÚNCIA E TECNOLOGIA

Na sequência da reflexão do dia anterior, que o Evangelho fala de renúncia de material: em que medida eu devo renunciar à tecnologia?

A primeira coisa que me vem à mente é o telefone. Agora parece antiquado ter um telefone "com cabo". Mas quando eu era criança na pequena cidade de meus avós, havia apenas um telefone público, que estava no bar. Nas casas não tinham. Então, se você queria falar com uma pessoa. Você ligava quando o bar estiver aberto e ao responsável do bar, lhe informavas que querias falar com uma pessoa a uma hora concreta. O chefe do pequeno bar, informava à pessoa e, depois, voltavas a ligar para comunicar-se com ela.

Parece que a situação é muito antiga e é verdade que "eu sou velho" para minha sobrinha. Mas eu ainda tenho alguns anos para atingir a idade da aposentadoria. Mais especificamente, eu tenho 44 anos.

Acontece que agora quase toda a Espanha, Brasil e Argentina –que são os países onde tenho vivido e/ou vivo- possuem um celular. E se falamos de computadores, em muitos lares têm pelo menos um. Pode ser notebook, tablet, iPad ... igual até há de outros jeitos. Eu não sou muito atualizada sobre essas coisas. Mas com eles você pode se conectar à Internet. Um mundo que pode ser real ou fantasioso, dependendo das páginas que você deseja ver.

Você pode descobrir o que acontece do outro lado do mundo, e não apenas porque lhe relatem as notícias no jornal, porque com o a rádio mais simples você pode se informar. Mas porque você pode falar com uma pessoa que lhe informe e responda as questões que você faça. Outra coisa é que não seja confiável. Mas, realmente, que não tem qualquer pessoa agora conhecido ou mesmo da família própria, que viaje, trabalhe ou viva em outro país? Há poucos que não tem alguém que tenha mudado. Até as pessoas pobres vão morar a outro lugar para obter uma vida melhor, mais digna. Ou por questões políticas de guerra, como está acontecendo agora na Europa, onde as pessoas da Síria vão, tentando encontrar uma vida em paz, sem violência, tranquila.

Assim que acontece com esta tecnologia? Na verdade, eu acho que não é absolutamente necessária, mas ajuda a comunicação, o relacionamento com as pessoas, informações sobre o que acontece ... se é usada corretamente. No meu caso, eu que moro longe da minha família, me ajuda a permanecer em contato com ela, porque é mais barato para falar com eles no Skype, além de ver o seu rosto, que ligar por o telefone ou enviar uma carta.

Embora isso também pode "isolar-nos", porque às vezes você encontra um grupo de gente –eu alho que de amigos- em torno de uma mesa em um bar ou café, e em vez de falar uns com os outros e olhar para si mesmos, estão todos com o telefone na mão.

Outras vezes, gente utilizou a Internet para fazerem coisas contra a dignidade humana. Isso não significa que eu deseje me evadir dessa realidade. Mas esses meios bem usados são uma ajuda.

Voltando à questão de saber se eu deveria "renunciar" da tecnologia. Pessoalmente acho que não. Mas o que eu preciso é perguntar-me cada dia se o uso de uma forma adequada, que me ajude a me comunicar, me informar e refletir, sem perder a comunicação, informação e reflexão que podem-me ajudar a fazer aqueles que moram perto.


E você: o que você acha sobre isso?

jueves, 5 de noviembre de 2015

AMOR E RENÚNCIA

No Evangelho de Lucas 14, 25-33, há duas frases que me fazem refletir:

·         Se alguém vem a mim, e não dá preferência mais a mim que ao seu pai, à sua mãe, à sua mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e até mesmo à sua própria vida, esse não pode ser meu discípulo.

·         Do mesmo modo, portanto, qualquer de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser o meu discípulo.

Se alguém vem a mim, e não dá preferência mais a mim que ao seu pai, à sua mãe,... esse não pode ser meu discípulo. Esta frase é forte! Mas... quando uma pessoa está apaixonada, não "renunciar" seus pais e outros familiares, para formar uma nova família, geralmente em outro apartamento ou casa em outra cidade e às vezes até mesmo outro país? O amor que você tem para que outra pessoa, não faz superar essas "renúncias" e mudanças que fazemos em nossas vidas?

Isso não significa que não amamos nossos pais, irmãos e outros parentes e amigos. Mas é um amor diferente. O verdadeiro amor não pode ser medido tanto por gramas ou por metros, ou por outra medida; o amor não tem medida. Pela mesma razão, o verdadeiro amor leva a desistir de muitas coisas que pessoalmente desejamos, desejo.

Pouco depois, da renúncia da que fala é o material. Isso me faz refletir e pensar que há muitas coisas, especialmente tecnológicas, que agora parecem ser indispensáveis, necessárias mas, até que ponto nós não podemos prescindir delas?

É verdade que bem utilizados são úteis, como é agora o computador e Internet, como resultado, estas poucas linhas que eu escrevo, em segundos pode chegar a qualquer lugar do mundo, se eles também têm esses dispositivos, porque não todo mundo tem a oportunidade de tê-los.

Muitas vezes me vem à mente a palavra pobreza, austeridade, mas eu realmente vivo dessa maneira?

Eu acho que isso serve um outro pequeno comentário que escrever é mais tarde.



miércoles, 21 de octubre de 2015

CHAMEM-LHE

Quando eu li, outras vezes, o texto do cego, cujo nome é Bartimeu (Marcos 10, 46-52), eu me concentrei em que pela fé ele conseguiu ver. Mas esta vez, eu não sei por que, o que mais me chamou a atenção foi a imagem dos discípulos de Jesus.

Eles, quando Bartimeu gritou: "Filho de Davi, Jesus, tem misericórdia de mim." Muitos repreendiam para que se calasse. Mas quando Jesus parou e disse: "Chamem-lhe", eles chamaram o cego, dizendo: "Coragem, levanta-te." Sua resposta parece ser contrariada, mas não me contradigo, às vezes, eu mesma?

Como uma cristã comprometida, devo seguir a Jesus, transmitir o Evangelho do amor, ser "mediadora", como Jesus foi, transmitindo o amor do Pai. É verdade mas, eu sou sempre mediadora? Ou isso desde o lado oposto: eu não sou um obstáculo, às vezes, alguém que impede ver o amor do Pai a outras pessoas?

Não é comum, mas às vezes eu acho que eu me contradigo.

Quando pelo cansaço, pelo dia mau, pela mania ou por muitas outras razões eu não escuto a uma pessoa em necessidade, eu não lhe ajudo apesar de ter possibilidades, não lhe convido para se encontrar com o Pai na capela, paróquia, grupo, sabendo que isso vai ser bom para ela... eu estou agindo negativamente como muitos desses discípulos.


Meu desejo é que o Senhor me ajude a responder a esse mandato "Chamem-lhe" para que, com esse ânimo que eu após lhe transmita, possa saltar de alegria e até seguir o caminho de Jesus, como Bartimeu.

sábado, 3 de octubre de 2015

A AVENTURA DE SEGUIR JESUS

Depois da experiência vivida no último sábado para participar na celebração dos votos perpétuos da Irmã. Karina, eu quero copiar o que ela compartilhou com um grupo de jovens da França.

Então, aqui deixo escrito.

"A AVENTURA DE SEGUIR JESUS". TESTEMUNHO DE VIDA DA HNA. KARINA

No domingo, 28 de junho, recebemos as irmãs em nossa comunidade a vários jovens de Les Mureaux e Mantes la Jolie, para compartilhar com eles um momento de reflexão e amizade. Os jovens vieram para a nossa comunidade, cheios de alegria e entusiasmo... e com eles a música, o riso e o desejo de nos encontrar. O Senhor estava novamente presente no meio de nós, e fomos surpreendidos!

Na reunião cada uma de nós sentimos o convite de partilhar a coisa mais valiosa que temos: a nossa experiência de Deus.

NOSSA CONSAGRAÇÃO NO MUNDO

Nosso mundo está realmente com sede. Alguns têm sede de justiça e de verdade, outros de amor e companhia... mas no fundo do nosso coração nos habita uma profunda sede, a sede de Deus, porque só Ele pode satisfazer o homem do amor e da verdadeira felicidade.

Neste mundo, as FILHAS DA CRUZ, somos convidadas a comprometer-nos e tornar Jesus presente no meio de seu povo, especialmente entre os meninos e os pobres de hoje. Somos chamadas pelo Deus da Vida, para ser a presença de seu amor, sua ternura e da misericórdia.

O CHAMADO DE DEUS

Pessoalmente, posso dizer que o encontro com os POBRES me permite chegar ao encontro com Deus. Foi assim que a minha vocação nasceu:

Lembro-me que durante a minha infância fui convidada em várias ocasiões para ajudar aos pobres e necessitados, e que sempre me fez sentir proposta feliz. Aos 15 anos, fui convidado para um grupo de jovens missionários. Nosso objetivo era formar-nos ao longo do ano, e preparar-nos para um tempo de serviço forte entre os mais pobres, ao norte da Argentina. Mas quando chegou a hora de escolher uma carreira professional, eu me perguntava: que quero FAZER DA MINHA VIDA?

A princípio, apenas eu sabia que eu queria fazer alguma coisa pelos demais. Foi assim que eu comecei a estudar para ser professora de catequese e de filosofia. Meu projeto de vida era trabalhar no que eu gosto e dedicar somente um tempo a Deus e aos mais pobres no verão. Mas o tempo passou, e eu ainda sentia dentro de mim o CONVITE PARA DAR TODA A MINHA VIDA. 

Lembro-me que neste momento eu senti a necessidade de orar, de perguntar a Jesus, VOCÊ QUE QUER DE MIM? Eu precisava de ajuda, senti algo dentro de mim estava acontecendo, eu me senti inquieta e as coisas não eram tão claras.

Depois de um tempo, eu busquei alguém para me ouvir e me ajudar a discernir. Alguma coisa estava acontecendo... e para eu ser feliz tinha que enfrentar minhas próprias preocupações e medos. Mas o Senhor não nos deixa sozinhos, ele caminha ao nosso lado, e em tempos de incerteza vem o nosso encontro através de diferentes pessoas e sinais que falam de seu amor. Se formos vigilantes, se abrirmos nossos corações e deixamo-nos encontrar por Ele, então vamos chegar à verdade. Foi assim que o Senhor colocou em meu caminho a uma irmã, uma pessoa com quem eu comecei a falar para DISCERNIR o que é a minha missão no mundo e onde posso estar totalmente feliz. Então eu comecei a conhecer as FILHAS DA CRUZ.

O que mais me chamou a atenção das irmãs era a simplicidade da vida e, sobretudo, como estar presente entre os pobres: COMO IRMÃS, irmãs dos pobres.

UMA RESPOSTA PARA TODA A VIDA

Hoje, depois de uma longa caminhada ao longo das Filhas da Cruz, eu sinto que o Senhor me chama para ir um pouco mais longe, convidando-me para fazer uma ALIANÇA para sempre.

Neste mundo em que nos tanta dificuldade temos para comprometermos e tomarmos responsabilidade, o Senhor segue chamando aos jovens. Ele nos oferece uma estrada cheia de vida, de alegria e de esperança, mas para isso é preciso animar-se para DESISTIR DE TUDO POR AMOR.

Eu acho que seguir Jesus é uma bela aventura, porque ele não se cansa de chamar-nos e de apaixonar-nos cada dia, ele convida-nos a trabalhar apaixonadamente para o Reino de Deus e a viver como ele fez. Só Ele pode preencher nossa vida com sentido e alegria, e fazer da nossa pequena oferenda algo bonito para os outros.

miércoles, 3 de junio de 2015

O CORPO DE CRISTO E A IRMÃ MARIA LAURA

Em alguns lugares a quinta-feira e em outros o domingo é comemorado o dia de Corpus Christi. Por esta razão, e como uma maneira de preparar–me para este dia, li um comentário pequeno deste dia, mas profundo e comprometido, do que quero partilhar dois parágrafos:

 Precisa-se recuperar, portanto, o significado mais profundo do rito que Jesus realizou. "O sangue que é derramado por vós", significa a morte violenta que Jesus sofresse como uma expressão de seu amor pelo ser humano; "beber o cálice" envolve aceitar a morte de Jesus e comprometer-se com ele e como ele para dar a sua vida, se for necessário, pelos outros. E isso é o que está expresso na Eucaristia; esta é a nova aliança, um compromisso de amor aos outros até a morte. Quem não compreender a Eucaristia, tem-se ficado em um ritual puro que não serve para nada.

O efeito que produze o pão na vida humana é o que Jesus produze em seus discípulos. O evangelista não indica que os discípulos comam o pão, pois ainda não tem-se assimilado a Jesus, não tem digerido o seu modo de ser e de viver, tornando-la vida de suas vidas. Ao contrário que o pão, Jesus dá a taça sem dizer nada e se afirma explicitamente que "todos beberam dele." Depois de dar-la para beber, Jesus disse que "este é o sangue da aliança, que é derramado por todos." O sangue derramado significa a morte violenta ou melhor, a morte, a pessoa que sofre esse tipo de morte. "Bebendo da taça " significa, portanto, aceitar a morte de Jesus e se comprometer, como ele, não abandonar a atividade salvadora (representada pelo pão) por medo à morte. "Comer o pão" e "beber o cálice" são atos inseparáveis; ou seja, você não pode aceitar a vida de Jesus sem aceitar a sua entrega até o fim, e que o compromisso daqueles que seguem Jesus inclui a entrega como a dEle. Este é o verdadeiro significado da Eucaristia.

Eu entendo e compreendo que este é o seu significado. E quando eu comulgar, vivo isto como uma  meu renovação do meu compromisso, primeiro como cristã e, depois como como uma filha da Cruz, lembrando as palavras da nossa Fundadora: "Eu levo a sério o compromisso do meu batismo." Mas ... eu realmente tenho a coragem de fazê-lo arriscando minha própria vida, até assumir uma morte violenta, se for necessário?

É verdade, que como eu vivo em um país sem guerra, -que não significa que sem violência- não começo pensar em uma morte desse tipo. Mas ... isso mesmo traz memórias da Irmã Maria Laura.
Ela era uma Filha da Cruz. É uma história com detalhes para contar, mas eu quero me concentrar apenas no incidente em 06 de junho de 2000. A situação foi a seguinte:

Uma adolescente estava varios dias falando com ela dizendo que ela estava grávida e na sua casa queriam que ela fizesse um aborto. A Irmã Maria Laura deu-lhe a oportunidade de acolhê-la. Nessa data, pelas dez da noite, senão lembro mal, ficaram em um ponto de Chiavenna, onde se juntar. Era um lugar do centro dessa aldeia. Ela estava acompanhado por duas amigas.

Nossa irmã, como medida de precaução, pediu ao Padre da paróquia que passasse por lá. Ele passou e tudo estava tranquilo. Logo eles foram ao carro para pegar as coisas da menina e, em seguida, ir para a comunidade das Irmãs. O carro estava nos subúrbios. Chegando lá, as três puxaram as facas -parece que eles pertenciam a um grupo satânico e queriam matá-la dando-lhe seis facadas cada uma delas, embora pareça que uma errou, porque, quando eles examinaram seu corpo tinha dezenove navajazos facadas-. A Irmã Maria Laura, vendo que ela seria morta, teve a coragem de dizer: "Perdoai-lhes Senhor, porque não sabem o que fazem". Disse as mesmas palavras que Jesus na cruz (Lucas 23,34).

 Ela arriscou sua vida, não sem cautela. Ele não procurava a morte, mas a vida. A vida da adolescente e do futuro bebê, que na verdade não estava em "projeto" não foi se formando. Também não queria morrer pois, quando ele percebeu a situação, ela pediu poder ir embora. Eram três adolescentes contra uma mulher de sessenta anos e de pequena estatura. Mas naqueles poucos minutos, que eu alho que foram eternos, ela tevi a coragem de perdoar. E isso foi em Itália, ou seja, morreu de forma violenta, em um país que não está em guerra, parece que você não tem motivos para acabar com a vida aqui desse jeito.

Aqui não há palavras. Apenas irmos assimilando com profundidade a Eucaristia, a comunhão, de modo que se veia na vida todos os dias, a entrega a favor dos pobres, dos necessitados, sem limites. O Espírito nos ajuda e ajudará, especialmente nos momentos intensos, duros e até mesmo inesperados.

miércoles, 15 de abril de 2015

SEMPRE EM CAMINHO!

O dia 10 Abril, eu tive a experiência de viver uma celebração simples, mas profunda. E é que 25 anos se passaram desde que Gabriela Paredes comprometeu-se a ser uma filha da Cruz, para viver esse compromisso, partilhada em comunidade e dedicada aos pobres e enfermos, com sua espiritualidade particular e espírito de família nesta congregação.

Escrever eu sobre sua vida e experiência compartilhada após a homilia do padre, "seria pedir demais" para mim. Mas eu quero me centrar nos três fólios com que decorou a paróquia.

Neles foram escritas as seguintes frases:
• Obrigado, Senhor, por seu amor. Eu lhe sigo Jesus.
• Obrigado Senhor, por ter me chamando.
• O encontro com o Senhor se renova a cada dia com a alegria de maneira perseverante ... Sempre em caminho!

Com certeza, há outras coisas importantes, que ela não expressa nestas páginas pois, a vida, a experiência, não pode se expressar em poucas palavras. Mas, por isso mesmo, se ela fez as folhas para aclimatar a celebração de suas Bodas de Prata, isto quer dizer que são frases importantes.

Duas das declarações são de agradecimento: Obrigado pelo amor e por ter me chamado. A experiência do amor, impulsa a responder a sua chamada "livre" -este palavra ela não escreveu, mas a disse-; incentiva a dizer: "Jesus, eu lhe sigo".

Depois de ter respondido, de tê-lo seguido por um tempo, ela percebe que esse compromisso se renova a cada dia, que o compromisso exige perseverança. Mas, apesar das dificuldades e desânimos que qualquer pessoa pode viver em casamento, no relacionamento com os amigos, em diferentes compromissos que gradualmente se assumem na vida, nos momentos de dor ... a alegria é maior a dificuldade, a alegria supera tudo.

Agradeço ao Senhor, pelo testemunho da sua vida, que me incentiva a continuar a viver o meu compromisso, tambem como Filha da Cruz e, que nos impulsa a todos nós a perseverar nos nossos diferentes compromissos cristãos, que temos adquirido ao longo do tempo.





martes, 3 de febrero de 2015

MENINA, EU TE ORDENO, LEVANTA-TE

Alguns dias, temos um texto bíblico tão grande no evangelho do dia, que eu não sei por onde começar a rezar. Como quando temos o texto de Marcos 5, 21-43. Mas, no final, com tantas frases e curas, eu me concentrei em uma frase. E, à primeira vista, parece ser forte: "Menina, eu te ordeno, levanta-te”.

A primeira coisa que vem à minha mente é que eu não gosto que ninguém me dei ordens. Às vezes, em vez de me incentivar, ele me desanima, especialmente quando eu não tenho uma forte motivação, ou não me sentir com força. E vêm-me os seguintes pensamentos: ninguém me manda, eu não sou um bebê, eu sou uma pessoa adulta capaz de tomar as minhas decisões.

Mas, uma menina de doze anos -como é o caso com este texto da Bíblia- não é pequena? Eu posso pensar assim, mas, naquela época, aos doze anos já eram considerados adultas.

Também é verdade outra realidade, a idade “física” influencia a maturidade da pessoa, mas nem sempre. Há crianças que refletem coisas como adultos. E adultos “oficiais”, ou seja, a partir dos 18 anos, que eles têm uma mente “muito infantil”.

As situações da vida muitas vezes fazem amadurecer modo precoce ou, caso contrário, se consegui tudo tão fácil, sem o mínimo de esforço, que a gente se fica na superficialidade, na ficção e não na vida real com suas alegrias e dificuldades.

Outras vezes, o desânimo, preguiça ou outras motivações -que desmotivam- são tão fortes que, como não há nenhuma “ordem”, mandato no meio, não há nenhum movimento na pessoa, mas paralisia. E, neste caso, não depende nem da idade física, nem da psicológica.

Eu admito que às vezes eu preciso "ordens" para me levantar, não da cama, mas do chão. Ordens que me impulsionem, porque não pode fazê-lo outra pessoa, senão só eu. E, tendo obedecido essa ordem e tendo passado algum tempo, eu vejo o fruto, o benefício deste mandato.

Jesus diz a garota para que se levantar. Ela, depois de se levantar, caminha, não fica parada. Somente a ordem, apesar de ser imposta, motivou-a a andar, não ficar parada.

E ele também tinha coração, também viu a necessidade para a menina: “e mandou que lhe dessem de comer”.

Quantas vezes na minha vida, "pequenas encomendas" que me deram pessoas de confiança, ajudaram-me a levantar-me, motivaram-me a caminha? E a verdade é que é muito difícil saber quando é o momento certo para dar uma ordem a uma pessoa em necessidade. Porque, com a desculpa de que é já um adulto e livre, que não é pedagógico... não se chega a "mandar" pacificamente para a pessoa que o precisa.

Na verdade, eu não sei nada sobre pedagogia; o ensino não é a minha área. Eu também acho que a primeira coisa é a motivação. Mas se depois de tentar incentivar em todos os sentidos possíveis, a pessoa segui na cama ou no chão, eu não vou tentar outros meios para que ela se levante?

Também não garanto que sempre se tenha um resultado positivo. Mas, o que é certo, é que eu sou feliz porque algumas pessoas de confiança as vezes motivaram-me e outras me ordenam-me levantar-me do chão, quando eu estava lá devido a tropeços e quedas que no caminho da vida tem-me acontecido.


Então, obrigado Senhor, por ter-me “ordenado” levantar-me em momentos da minha vida. E eu lhe peço que, apesar de eu ser adulta, você siga-me ordenando quando você veja que eu preciso.

jueves, 8 de enero de 2015

O ESPÍRITO DO SENHOR ESTÁ SOBRE MIM

No texto do Evangelho de Lucas 4,14, está escrito: “Jesus voltou para Galileia, com a força do Espírito”. O capítulo três, ou seja, o anterior, é o seu batismo. Ele “tinha acabado” de ser batizado. Ele tinha acabado de levar a sério o seu compromisso, sua obediência ao Pai.

Quando Jesus lê o texto de Isaías, reconhece a presença do Espírito nele. Espírito, que está desde o origem do homem, da pessoa, o sopro da vida da pessoa (Gn 2,7). Outra coisa é que devemos reconhecê-lo e deixá-lo crescer e agir dentro de nós.

O Espírito o ungiu, o consagrou, comprometendo-lhe a transmitir a esperança e lutar pelos pobres, os cativos, os cegos, os oprimidos com sua grande variedade de opressão no mundo.
E ele diz -eu acredito que firmemente-:  “Esta Escritura, que acabastes de ouvir, se cumpre hoje”.  Ou seja, sua consagração foi cumprida.

Este texto me confirma reflexões e também me questiona.

Além do que eu disse, que todo homem tem o Espírito do Senhor, o Espírito Santo, fui batizada, assim como Jesus. É verdade, eu não o fiz conscientemente, porque só tinha um mês de vida, mas depois com 21 anos foi crismada. A celebrá-lo com uma idade "adulta", fez-me vive-lo como um grande compromisso e senti que o poder do Espírito me questionava: como eu devo orientar minha vida? Que compromissos eu devo tomar?

Lembro-me bem o fim de semana em que os jovens que íamos receber o sacramento da confirmação, estivemos refletindo juntos. Em um dos momentos de reflexão o Padre Txelis perguntou-nos por que queríamos nos crismar. Uma respondeu que porque quando fomos batizados, não éramos conscientes e agora queremos “confirmar nosso batismo”. E Txelis disse: E isso, a que lhes compromete?

Desde então, minha vida é uma resposta a esta pergunta: a que me compromete?

O próprio Jesus, com o texto de Isaías -omitindo alguma frase- dá a resposta ao compromisso que depois expressou com sua vida: ajudando os desfavorecidos, os humilhados, com palavras  -transmitindo esperança, anunciando a Boa Nova-  e com fatos -libertando os oprimidos, acolhendo os marginalizados no seu grupo, na sua comunidade-.

Atualmente sege havendo cativos, doentes, oprimidos; há muitos crucificados com nomes diferentes. E a minha pergunta é: eu que sou batizada, sou consagrada, estou cumprindo o meu compromisso? Está se cumprindo a Escritura na minha vida?

Eu acho que é uma questão que, se não todos os dias, eu devo e nós devemos fazer muitas vezes, para não esquecer que somos cristãos, e vivê-lo com consciência. Não manter apenas o nome, sem colocá-lo em prática, na vida.


Deixemos o Espírito agir em nós e em nós e intentemos responder com a vida, questões e inquietudes que vai criando dentro de nós.